De agosto de
2012 a fevereiro deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) registrou um aumento de 26,8% no número de
alertas de degradação ambiental na floresta amazônica, em razão de incêndios,
retirada seletiva de árvores ou de corte raso.
A medição foi
feita com base no sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que
funciona com base em imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE). Os Estados do Mato Grosso e Pará lideraram o ranking,
concentrando cerca de 70% desses alertas.
Os dados
foram divulgados em entrevista ontem pelo presidente do IBAMA, Volney Zanardi.
Ele disse que o sistema permitiu a apreensão recorde de madeira na região, por
meio da Operação Onda Verde, e subsidiou mudanças radicais na fiscalização, que
agora é feita de forma mais ágil nos 365 dias do ano, inclusive na estação das
chuvas, pegando os desmatadores de surpresa.
Desmate. Só
no Pará foram apreendidos 22 mil metros cúbicos de madeira em fevereiro, 50%
mais do que no ano passado. Desse total, 16 mil metros cúbicos foram
apreendidos nas regiões de Anapu e Aruará, no sudoeste do Pará.
Apesar do
crescimento dos alertas em relação ao ano anterior, o IBAMA acredita que não
houve aumento de desmatamento.
"Esperamos
que tenha havido estagnação, ou mesmo redução na taxa de desmatamento, que será
conhecida em julho", disse o diretor de Proteção Ambiental do órgão,
Luciano Meneses Evaristo. Essa taxa é calculada com base no sistema Prodes,
divulgado pelo INPE anualmente. Com imagens de alta resolução, ele mede o corte
raso e mostra o quanto da floresta foi de fato destruída pelos devastadores.
Já o Deter,
segundo Evaristo, traz um componente de degradação florestal que pode se
transformar ou não em desmatamento. "Só depois que o INPE fizer o
monitoramento da imagem de alta resolução, vai ficar claro se aquela degradação
foi para o desmatamento, com corte raso, ou se foi causada, por exemplo, por
queimadas ou incêndios, que ocorrem de forma cíclica no Brasil, mas que após as
chuvas a vegetação volta a se recompor", explicou. Essa notícia escrita por Annildo Mendes, Brasília e publicada no O Estado De S.Paulo também faz parte do trabalho com o livro "Ekoaboka". Assim como a música e o documentário, tem relação com o capítulo três do livro e o desmatamento.
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